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"O hábito tem-lhe amortecido as quedas. Mas, sentindo menos dor, perdeu a vantagem da dor como aviso e sintoma. Hoje em dia, vive incomparavelmente mais serena, porém em grande perigo de vida: pode estar a um passo de já ter morrido, e sem o benefício de seu próprio aviso prévio." (Clarice Lispector)

domingo, 3 de abril de 2011

Gentileza- Marisa Monte


Hoje começo um "projeto" que visa identificar de onde vem algumas letras de cantores que eu gosto.

E para começar escolhi uma música muito legal:

Gentileza
Marisa Monte
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca
Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza
Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria
O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta



Está canção maravilhosa foi feita em homenagem a José Datrino, mais conhecido como Profeta Gentileza ou José Agradecido.Era paulista mas foi morador do RJ por muito tempo onde ficou conhecido por suas inscrições peculiares sob um viaduto, andava com uma túnica branca e possuía longa barba.
Fazia sua pregação e levava palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza a todos que cruzassem seu caminho. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: - "Sou maluco para te amar e louco para te salvar".
Durante 35 anos, ele percorreu toda a cidade, viajou nas barcas Rio-Niterói, entrou em trens e ônibus para fazer a sua pregação e oferecer flores a todas as pessoas. Seu lema era “gentileza gera gentileza”.
A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Caju, que vai do Cemitério do Caju até a Rodoviária Novo Rio, numa extensão de aproximadamente 1,5 km. Ele encheu as pilastras do viaduto com inscrições em verde-amarelo propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização.
Foi pioneiro em denunciar ameaças à natureza e pregou o “AMORRR” (ele tinha um modo peculiar de escrever) e a gentileza como salvação do mundo.
Após sua morte em 1996, os textos foram cobertos de tinta cinza por ordem da prefeitura, o que gerou protestos da população.
Hoje, recuperado pela Universidade Federal Fluminense e registrado em CD-Rom, o grafismo do Profeta Gentileza é patrimônio artístico-cultural do Rio de Janeiro.

Em 28 de maio de 1996, aos 79 anos, faleceu na cidade de seus familiares, onde se encontra enterrado, no "Cemitério da paz".

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